Património, Museus, Igrejas e Locais de Interesse

 

     Peniche, localidade repleta de vestígios com mais de 180 milhões de anos, séculos de história marcante e ocupada por várias populações desde a pré-história. Tendo como sua base a indústria pesqueira e a agricultura até aos dias de hoje, já foi também fundo do mar e hoje está ligada por um istmo ao continente, deixando assim de ser ilha e transformando-se em península.

     Começando pelo Jurássico Inferior, encontramos fósseis como marco desse período, falésias calcárias ou uma brecha vulcânica. É possível encontrares também locais onde existiu presença de homem de neandertal ou com vestígios da era romana, como fornos e ânforas.
     Monumentos com séculos de história, muitos deles com uma elevada importância para a defesa de Peniche e respetiva população, assim como para Portugal. Se for do teu interesse, podes conhecer as Igrejas e Capelas.
     Foram também de grande relevância para a sobrevivência da população as fontes, muralhas e toda a área envolvente (no que diz respeito à localização geográfica da península), pois o mar (para a atividade piscatória) e todo o terreno (solos férteis aptos para a atividade agrícola) foram essenciais no fornecimento de mantimentos.

     O património de Peniche não fica por aqui. Não podemos passar sem mencionar o ex-libris da terra, as Rendas de Bilros, que são um património cultural de referência incontornável, reconhecido não apenas nacional, mas internacionalmente.

 

     E há muito mais para ver e conhecer em Peniche. Poderás ver informação mais detalhada aqui no nosso site.

 

     Deixamos uma lista com alguns dos locais, monumentos, museus e igrejas com elevada importância na história de Peniche (não apenas da península, mas também do concelho) e mais abaixo podes continuar a ler e saber mais sobre alguns dos locais referidos:

  • Arquipélago das Berlengas
  • Cabo Carvoeiro/Nau dos Corvos
  • Capela de Nossa Senhora da Guia
  • Capela de Nossa Senhora dos Remédios
  • Centro Interpretativo de Atouguia da Baleia
  • Ermida de Santo Estêvão
  • Farol das Berlengas
  • Farol do Cabo Carvoeiro
  • Fonte do Rosário
  • Fortaleza de Peniche/Museu Nacional Resistência e Liberdade (atualmente encerrado)
  • Forte da Consolação
  • Forte da Luz
  • Forte de São João Batista
  • Fortim do Baleal
  • Gruta da Furninha
  • Igreja da Misericórdia de Peniche
  • Igreja de Nossa Senhora da Ajuda
  • Igreja de Nossa Senhora da Conceição (Atouguia da Baleia)
  • Igreja de Nossa Senhora da Conceição (Peniche)
  • Igreja de Sant’ana
  • Igreja de São Leonardo
  • Igreja de São Pedro
  • Igreja Sr. do Calvário
  • Miradouro da Cruz dos Remédios
  • Muralhas e Portas da Cidade de Peniche
  • Museu da Renda de Bilros de Peniche
  • Papôa (sítio de interesse geológico onde está situada uma brecha vulcânica)
  • Ponta do Trovão (sítio de interesse geológico)
  • Porto de Pesca
  • Prainha de São Pedro
  • Ribeira Velha de Peniche (Marina)
  • Sítio Arqueológico da Rua Azeredo Perdigão
  • Sítio Arqueológico do Morraçal da Ajuda

Fortificações, Museus, Igrejas e outros

     O Farol do Cabo Carvoeiro, localizado no extremo da península de Peniche, foi construído agregado à igreja existente na época, Igreja da Nossa Senhora da Vitória. Entrou em funcionamento em 1790, sendo hoje um dos mais antigos da costa portuguesa.
     Em 1886 foi integralmente reedificado, ficando com uma torre de 26,80 metros de altura e a 56,80 metros de altitude. O seu aparelho ótico sofreu várias alterações durante estes séculos, mantendo a sua luz vermelha. Se não sabes o porquê de ser vermelha nós explicamos. Os faróis que estão à direita de um porto, são de luz vermelha e os que estão à esquerda são de luz verde. A luz deste Farol tem um alcance de 15 milhas com um intervalo de 2 segundos acesa e 4 segundos apagada.
     Os faróis desempenham funções de posicionamento e de sinalização e são destinados exclusivamente à navegação marítima, sendo divididos em faróis de costa e faróis de portos.
     Curiosidade: nenhum farol pode ser igual a outro nem pode ter o mesmo período luminoso.
Para saberes mais informações consulta o site da Autoridade Marítima Nacional (amn.pt).

Fortaleza

     A Fortaleza Peniche apresenta um traçado abaluartado correspondente à cidadela da vila e praça de guerra.
     Em 1557 iniciam-se as obras de fortificação de Peniche. D. João III ordena a D. Luís de Ataíde a construção de um baluarte, com sua torre, no sítio do Alto da Vela.
     Em 1671 dão-se por concluídos os trabalhos de construção do pano amuralhado da praça militar, segundo a inscrição patente no Baluarte Redondo, que originalmente estaria exposta no Forte das Cabanas.

Cadeia

     Em 1934 é instalado na Fortaleza o Depósito de Presos de Peniche, destinado a opositores ao regime do Estado Novo.
     As obras para a edificação de um novo estabelecimento prisional iniciam-se em 1954. Esta nova cadeia é constituída por 3 blocos prisionais construídos segundo o modelo norte-americano. Nasce a Cadeia do Forte de Peniche.
     O dia 27 de abril de 1974 assiste à Libertação dos presos políticos após o triunfo da Revolução dos Cravos.

Museu

     O Governo de Portugal, reunido em Conselho de Ministros na Fortaleza de Peniche a 27 de abril de 2017, determina a criação neste local, do Museu Nacional Resistência e Liberdade.
     O MNRL (Museu Nacional Resistência e Liberdade) nasce do reconhecimento da Fortaleza de Peniche enquanto espaço-memória e símbolo maior da luta pela liberdade à escala nacional, com ressonâncias internacionais na luta ancestral e atual pela Democracia e pelo respeito dos Direitos Humanos.
     De âmbito multidisciplinar, o Museu tem como missão investigar, preservar e comunicar a memória nacional relativa à Resistência ao regime fascista português, a partir das memórias e experiências daqueles e daquelas que lutaram pela Liberdade e pela Democracia.
     Atualmente o MNRL e a Fortaleza encontram-se encerrados para reconstrução e remodelação. A previsão de abertura da Fortaleza aponta para 2023 e do Museu para 2024. Encontra mais informação no site do MNRL.

     Diz-se que, uma pequena imagem da Nossa Senhora foi encontrada numa pequena caverna no século XII. Essa caverna situava-se no local onde hoje se encontra edificada a capela. Para quem entra está situada do lado esquerdo e a imagem de Nossa Senhora está no altar da Capela.
     Nessa altura, após a descoberta da imagem, passou a suceder-se o culto à designada Sra. dos Remédios. Este culto foi-se revelando importante com as constantes peregrinações e os Círios, dando origem à construção do santuário no século XVII.

     Esta pequena igreja do início do século XVII foi construída anexada ao antigo hospital da Santa Casa da Misericórdia de Peniche.
     No seu interior é possível admirar toda uma decoração ostentosa, desde os painéis seiscentistas, a pinturas de óleo e caixotões, que decoram o teto.
     Esta pequena igreja tem uma particularidade que a distingue das restantes da localidade – a torre do relógio, construída em 1697. Durante vários anos serviu como relógio da cidade marcando o tempo para a população.

     Construída sobre as ruínas de outra igreja (na altura, Igreja de São Vicente), no século XVI, a origem desta igreja é lendária.
     Conta-se que, numa pequena gruta na Papôa foi encontrada por pescadores a imagem da Virgem, cuja passou a ser alvo de devoção. Daí resultou a construção da Igreja em sua honra.

     Situada no centro histórico da Península, a construção da maior igreja de Peniche teve início no final do século XVI, tendo demorado mais de 100 anos. Foi consagrada a São Pedro (nave central) e a Nossa Senhora da Boa Viagem (conhecida como padroeira dos pescadores), ao Sr. Do Bonfim e a S. Pedro de Alcântara (altares laterais).
     A construção do painel frontal da igreja ficou inacabada, faltando construir uma das torres.
     Durante séculos a igreja orientou navegantes, pois a torre serviu de guia às embarcações dos pescadores, ajudando-os a encontrar o porto de Peniche para sua segurança.

Locais de interesse geológico e arqueológico

Sabias que aqui se localiza uma brecha vulcânica?

Neste local é possível observar camadas rochosas da época do Jurássico Inferior, começando por umas camadas calcárias esbranquiçadas, seguindo-se de rochas vulcânicas basálticas de um tom cinzento-esverdeado, agora de cor alaranjada (devido à oxidação). Também se observam granitos rosados como os que se vêem nas Berlengas e calcários de tons brancos, semelhantes aos das Cesaredas ou de outros locais em Peniche.

Nesta região, mais especificamente no lado Norte da Papôa, ter-se-á dado um naufrágio, no século XVIII. Em breve poderás saber mais acerca deste acontecimento na secção “Histórias e Lendas”, em “Descobre Peniche”.

Na Papôa encontra-se também um Vértice geodésico. Um vértice geodésico é um sinal que indica uma posição cartográfica exata e que forma parte de uma rede de triangulação com outros vértices geodésicos.

Sabias que este geossítio foi premiado, em 2016, com o Prego Dourado?

A Ponta do Trovão tem uma grande importância do ponto de vista do tempo geológico. Este geossítio (sítio de interesse geológico) marca a transição do Andar Pliensbaquiano para o Andar Toarciano (há cerca de 182,7 milhões de anos).

Para além de interesse geológico, este local é também sítio de interesse arqueológico.

Tomou aqui lugar a Ermida de Nossa Senhora do Abalo (também conhecida como Capela de Bom Jesus do Abalo). Esta pequena capela, do século XVI, foi construída com o intuito de proteger um retábulo que teria dado à costa por conta de um naufrágio.

A ermida entrou em ruína no século XVIII devido à sua localização (fraco solo e proximidade do mar) e foi consequentemente abandonada após a abolição das Ordens Religiosas, em 1834. O retábulo encontra-se atualmente na Santa Casa da Misericórida de Peniche. Hoje, tudo o que resta desta Ermida são ruínas cobertas de ervas.

     Este é um dos locais mais icónicos de Peniche. Os seus imensos atributos geológicos fazem do local alvo de muita procura e é ainda mais procurado, principalmente, na hora de ver mais um dia terminar. Quem aqui assiste ao pôr do sol sobre o arquipélago das Berlengas não fica indiferente. É dos locais mais belos para um final de tarde.
     À frente do Cabo Carvoeiro encontra-se a Nau dos Corvos, uma rocha semelhante a um barco, habitada maioritariamente por Corvos Marinhos. Este rochedo é também um dos símbolos da cidade.
Quem cruza este Cabo de certo que encontra uma parte do oceano mais atrevido. A parte sul da península é por norma mais tranquila no que diz respeito à agitação marítima.
     Duas curiosidades: há quem diga que o Cabo Carvoeiro é o ponto mais ocidental da Europa continental e também aqui se inicia a Estrada Nacional 114 que passa pelos distritos de Leiria e Santarém, terminando em Évora.

     Nesta gruta foram encontrados registos pré-históricos. Foi usada como necrópole. Marcas deixadas pelos Homo Sapiens e Homo Sapiens Sapiens (Homem atual), vestígios de fauna do período quaternário (peixes e mamíferos), utensílios líticos (bifaces, pontas de seta, machados), utensílios feitos com ossos e várias peças de cerâmica neolítica aqui foram descobertas pelo arqueólogo do século XIX, Nery Delgado.

     À vista, sobre o Atlântico, vislumbramos a Reserva Natural das Berlengas (Reserva da Biosfera das Berlengas, classificada pela UNESCO). Um arquipélago de uma beleza única, com as suas grutas, animais e toda a natureza envolvente. No topo da Berlenga Grande encontramos o Farol, estrutura elevada que desempenha as funções de auxílio à navegação e de informação de áreas perigosas aos barcos. E meio escondido, entre as arribas da ilha, podemos encontrar o Forte de São João Batista, inaugurado em 1502. Descobre mais sobre as Berlengas aqui.

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